Quem se
deparou em frente à T.V. nos últimos dias presenciou no noticiário midiático
algo que pode ser considerado como o despertar de um longo sono letárgico e
entrópico, tal qual poderia ser roteirizado para um filme de pretensões
histórico sociais. Mas não se trata de filme, não se trata de pretensão, nem de
estória hollywoodiana... Se trata de manifestações ocorridas pelo Movimento
Passe Livre em São Paulo que se estenderam
para o Rio de Janeiro, Porto Alegre, Paraná, Brasília e até nossa pacata
e bucólica Minas Gerais entrou na dança: Belo Horizonte se manifestou também. Ente os manifestantes, estão: estudantes, anarquistas, punks, blogueiros, integrantes da Anonymous Brasil, partidos de esquerda e trabalhadores.
O Movimento
Passe Livre questiona o aumento da tarifa para R$ 3,20 no valor do Transporte
público da cidade de São Paulo, porém vai muito além disso,pois suas premissas
estão no fato de que o transporte deve ser gratuito, de qualidade e acessível á
todos os cidadãos. E não é só em S.P. que o transporte público não vai bem, como
outras questões também não vão nada bem: Saúde, Educação, Cultura, Esporte(nada
de copa das confederações ou do mundo e olimpíada; falo do incentivo ao esporte
para a população mesmo), Segurança... Você deve ter notado que coloquei todas
estas palavras com letra maiúscula... Isso por que creio que isso seja tão
importante e necessário quanto um nome de uma pessoa. São estas palavras que
tornam a vida ser possível, além de outras como Amor e Revolução. Me propus à
escrever este texto por que fique intrigado com as manifestações... E intrigado
não que dizer que desaprovo,muito pelo contrário. Não há nada mais legítimo
para o exercício da cidadania do que a manifestação livre de idéias e de
concepções, de protesto e de diálogo. Mas como dialogar com o Estado? Como
dialogar com o poder estabelecido ? Há diálogo ou há apenas uma voz que ressoa
sem ser escutada?
As
manifestações estão sendo reprimidas de forma violentamente desnecessária. Deve
ser o medo da união popular e da conscientização da população em relação ao que
está estabelecido pelos governos e que, uma vez decididos por estes, nada
pode-se mudar. Nada mais errático do que achar que democracia consiste nisso. E
obre isso, estes artífices a polis são bons em lubridiar. Também deve ser o despreparo
de não saber ouvir, de fazer vale apenas o protocolo e o regulamento,
dispensando a conversa que pode ser dada entre homens e mulheres de bem. Por
que o bem não está apenas em aceitar calado a violência e o acinte...
O bem está em dizer não seja de forma delicada ou com um grito de raiva.
A opinião
pública poderia estar contrárias aos manifestantes, utilizando como voz a voz
da mídia capitalista, de que não passa de um “bando de vândalos, de
burguesinhos, de pessoas que não usam o transporte público”... Poderia ser pior
em sua fala, vociferando a voz sem voz daquela que ainda permanece como sua
corda vocal mais afiada: a mídia. Porém, as manifestações que surgiram desde o
início da semana passada tiveram apoio de certa parte da população,que aumentou
ao passo de que a polícia atentou contra estes manifestantes de modo cruel e
violento, atacando também repórteres, pessoas que não estavam na manifestação,
transeuntes,idosos e até grávidas. O advento tecnológico faz com que smatphones,
câmeras digitais e as redes sociais transmitam o que acontece no olho do
furacão. Não há como dizer que o que aconteceu foi por culpa de uma pedra que
um sujeito mais alterado jogou na polícia. Agora, o fato é contado de modo
diferente, e temos outra visão alem da viseira de cavalo que tentam nos
manipular.
Assim, as lutas
do Passe Livre se unem à Luta por melhorias de condições de vida da maioria da
população brasileira. Se une ao grito contra os gastos mais que absurdos da copa das confederações, da copa do mundo e das olimpíadas. Se une ao grito de um
povo que está cansado das mesmas retóricas políticas e patronais do discurso
neoliberal e fascista das grandes corporações. Se une à um desejo de viver
melhor. De ter em casa o Pão e na vida a Liberdade. De novo palavras com letra
maiúscula. De novo, tão importantes quanto um nome de uma pessoa.
Creio que a
vida possa mudar,pois ela é bela e forte ao seu modo, e os tempos estáticos
nunca trazem felicidade. Creio que a marcha de um povo nunca é desvalida de
propósito. Ao contrário, desvalidos são aqueles que sequer querem entender o
outro em seus anseios e angústias, em seus medos e fraquezas. No momento oportuno, e com as relações
mais oportunas ainda, dirão se será necessária a flor ou a pólvora. Espero que
seja sempre pela primeira. È mais bela, perfumada e traz beleza. Mas não nos
esqueçamos: Uma flor dura poucos dias, e a mudança que ela nos traz deve durar
para sempre.
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Um comentário:
Vitinho, que texto bom rapaz! Quem sabe não é esse manifesto que despertará o cíclicofortalecimento dos movimentos sociais no Brasil, adormecido pela ultima década??
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