O Brasil sempre foi considerado como o país do futebol... suas conquistas mundiais surgiram à partir dos anos 50 do século XX com “advento” das cinco copas conquistadas em que o país ficou conhecido como “a pátria de chuteiras”, na frase de Nelson Rodrigues. Jornalistas, locutores, esportistas de todos os países sempre enaltecem a alegria deste país ser um pentacampeão de futebol.
Porém, onde está a felicidade de
levantar a taça que não está nas mesas, nos rostos, nos sorrisos... Com certeza
não esta está nas escolas onde professores trabalham por salários absurdamente
baixos, nem nos hospitais sucateados pelo hipocrátes neoliberal, muito menos na
eterna indústria que da sêca que seca vidas e sonhos pelo nordeste afora... Não
está no rosto do pai de família que sustenta sua casa com salário mínimo, nem
no olhar da mãe solteira que cuida de seus filhos à despeito dos olhares
preconceituosos daqueles que julgam a condição de estado civil de uma mulher...
Inacreditável ver que um país que
levantou a taça cinco vezes não consegue ser campeão em escolaridade, saúde e
distribuição de renda... Mas que pode, de maneira indiscriminada, minar seus
próprios torcedores desde a mais tenra infância, seja com a miserabilidade em
que submete seu povo ou na violência cada vez mais deflagrada contra as criança
e os adolescentes, ainda em termos de culpar estes por tal abuso contra seus próprios
direitos !!
A parte de toda essa situação, no dia 17 de junho em Belo Horizonte, é de fazer tremer de indignação o fato de ouvir um oficial da PM dizer em rede nacional que uma manifestação vai até “onde permitem os limites estabelecidos pela FIFA”. Sinceramente, isso é inadmissível! Desde quando devemos aceitar que um grupelho esportivo diga qual é o nosso limite enquanto cidadãos? Desde quando devemos nos submeter aos caprichos de uma copa, que não é assistida peça maioria de seus torcedores? Desde quando devemos acatar(esta é a palavra, acatar, ou seja aceitar sem questionar ou parlamentar) que seja gasto de cofres públicos R$ 28 bilhões da copa do mundo até agora? E as necessidades realmente “públicas” como citei acima, de saúde, educação, moradia, alimentação...
Eu diria que esta na hora de radicalizar, ou seja, da pátria queimar as chuteiras !! Boicotar as duas copas e as olimpíadas, fazer com que sua voz seja ouvida, ou pelo menos que a FIFA não ganhe um centavo de um cidadão deste país com seu espetáculo financiado ás custas das pessoas que não tem o direito de ir ver um jogo destes,até por que a renda destas pessoas não permite isso. I
Ironizando os manifestantes, o presidente da FIFA Joseph Blatter declarou que "o futebol é mais importante que a insatisfação do povo". Comentário que chega á ser no mínimo ridículo e desrespeitoso e que deveria se retratado pelo senhor em questão.Ademais, chega á ser lamentável que dois ex-representantes da “seleção canarinho” desprezarem a marcha das ruas em prol do espetáculo insosso desta copa das confederações. Ronaldo “Fenômeno” diz que não sfaz estádio com hospitais e Pelé pede que se esqueçam das manifestações para apoiar a seleção brasileira...Seria cômico para nãos ser trágico... A fala retórica e rebuscada dos dois “baluartes” do esporte se nivela ao discurso mais medíocre da atualidade, tal qual o de Blatter. Mas sabemos o que este discurso significa. atrelamento ao capitalismo em detrimento aos direitos sociais.
Ao contrário do que Pelé pediu a população, as manifestações estão aumentando e chegando às pequenas cidades e sendo abraçadas pelas mais diversas pessoas... Os gritos de indignação ecoam, os mais variados grupos se unem, de modo apartidário e inclusivo, na busca por soluções que possa transformar estes tempos... Isso nos inflama o peito e nos faz sair ás ruas... Que se queimem as chuteiras e que se destrone o Rei... os tempos são outros e a hora é da revolução !!!
Joseph Blatter - presidente da FIFA |
PARA CONHECIMENTO DE CAUSA:
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