domingo, 2 de novembro de 2014

RESENHA DE DISCO - RANCID: HONOR IS ALL WE KNOW

Quem viveu os anos 90 sabe da importância do RANCID para o punk rock mundial. Uns sujeitos de moicanos imensos, cantando em suas músicas histórias sobre bares, amores perdidos, as ruas,os becos e avenidas... tudo embalado por uma mistura de punk rock, ska, rockabilly e até reggae; isso sem contar a influência do THE CLASH de Joe Strummer, referencia máximas dos punks Californianos.
A formação musical do RANCID sempre foi a cereja do bolo de suas composições. Tim Armstrong (vocais - guitarra) e Matt Freeman (vocais - contrabaixo) - ex-integrantes do Operation Ivy, banda seminal que uniu ska, hardcore e punk rock de uma maneira magnífica - formaram a banda em 1991 juntamente com o baterista Brett Reed. Em 1994, Lars Frederiksen, ex-guitarrista do legendário U.K. SUBS, entraria para a trupe, sendo peça fundamental nas composições do RANCID, uma vez que trouxe influências da musica Oi e elementos mais "casca-grossa" dos punks suburbanos. Atualmente, a formação conta com Branden Steinecket nas baquetas. Discos como "Rancid",  "Let´s Go", "And Out Come The Wolves" e "Life Won´t Wait" já sedimentaram a sonoridade do grupo.
Vale lembrar que o RANCID  foi muito injustiçado pela mídia nos anos 90 pois eram tachados de "punks falsos" e estarem na onda do chamado "retorno do punk" rotulado por esta mesma imprensa. Nada mais ridículo, uma vez que o movimento punk sempre esteve vivo no underground e as credenciais musicais e o currículo dos californianos já dizia tudo. E a imprensa... bom, deixa pra lá...

Antiga formação: Lars Frederiksen, Matt Freeman, Tim Armstrong e Brett Reed

A diversidade cultural dos sujeitos não para por aí e é evidenciada nos "projetos paralelos" deles. Ressalto que Tim Armstrong é artista solo, sendo que também já participou dos TRANSPLANTS. Lars Frederiksen tem seu projeto LARS FREDERIKSEN AND THE BASTARDS e atualmente solta uns gritos na OLD FIRM CASUALS.
Mas o que importa aqui e o novo disco dos caras, e sinceramente, Honor Is all I know é uma cacetada na orelha !! um destes discos pra você ouvir no ultimo volume para influenciar - ou incomodar - seu vizinho. Mas brincadeiras à parte, o disco é um exemplo de que os três acordes do punk rock podem se regenerar e se transformar através dos tempos, ainda mais quando se fala de músicos com talento. Então, vamos falar dos destaques !!
O disco abre com "Back Were I Belong", rápida e com os característicos backing vocals da banda. Segue com "Raise Your First" - um levante contra o sistema, claro tema de punks da velha e nova escola, com berros de Oi Oi Oi ao fundo, e isso diz tudo. Sem perder o pique, "Collision Curse" pode ser trilha sonora de bebedeiras de cerveja e pogos animados dentro e fora de casa - tentando não quebrar nada - já que a musica pede uns pulos. O ska core, alma da banda, está presente em "Evil´s My Friend" e Everybody´s Suffering"; sendo amostra da elaborada conceituação musical destes sujeitos."Honor Is All I Know" que dá nome ao CD, tem o melhor do RANCID: guitarras abafadas em meio ao contrabaixo abarrotado de notas e bateria ríspida. Não precisa de mais nada. Isso é punk rock e nós sabemos como é bom... As outras canções dão o tom: menos de três minutos em que são contadas os temas e estórias clássicas da banda.
Por estas e outras que este disco merce ser ouvido. Entre no link abaixo da capa do CD e confira a pedrada que é "Honor Is All I Know".


Nova formação: Matt Freeman, Tim Armstrong, Branden Steinecket e Lars Frederiksen

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