quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ode à Música Rápida



Há algo na música rápida que altera minhas emoções... mas será que saberei explicar ?? O poeta Fernando Pessoa disse certa vez que é necessário esperar passar o tempo da emoção para escrever o poema... Já passam vinte anos que eu escuto (e que compus) a música rápida, sendo assim creio que está na hora de homenageá-la.
A aceleração das moléculas de meu corpo quando escuto os três acordes não explicariam com certeza científica o que a musica rápida faz comigo... Meu pensamento se torna mais aguçado, minha vontade de mudar a vida ao meu redor se torna mais latente, meus passos ficam bem mais firmes... Isso me lembra a frase de Bakunin que “a liberdade do outro estende a minha ao infinito”, pois então, as possibilidades da música me libertam, qualquer que seja a música, porém que seja rápida !!!
Estou falando do hardcore/punk... Três acordes ultra-acelerados que cadenciam a voz que entoa uma canção de batalha ao molde dos velhos “cancioneros anarquistas” da guerra civil espanhola, mas aludindo à vários temas... Estas canções levam em sí um sentimento de encorajar a revolução nossa de cada dia, de uma comunidade que se faça pelos próprios interessados, e que ressoe como um trovão na noite...
A eloqüência da música rápida reside em suas nuances... Posso chamar de catarse, posso chamar de transpiração, posso chamar de inspiração... Há algo de maravilhoso e belo neste tipo de canção, derivando da cacofonia às melodias que são extraídas dos refrões fortes e concisos do hardcore... E não apenas minha massa corpórea, sanguínea e/ou cerebral se movimenta com suas vibrações sonoras, mas também meu coração e minha alma, transbordando em uma significação espiritual... tornando-se a elegia para aquilo que chamamos de revolução cultural...
Revolucionai-vos, então!!!!


domingo, 5 de agosto de 2012

PUNK: FATOR OU FACÇÃO ?

A idéia para este texto já me acompanha há muitos anos, praticamente desde que eu conheci o movimento punk enquanto expressão política e artistica de ideias e sentimentos. Sempre questionei a atuação de certos grupos que utilizam da violência indiscriminada e da arruaça e deste modo se assimilam mais no modelo fascistóide que pretensamente criticam do que qualquer outra coisa acreditando fielmente que esta atitude destrutiva é ”punk”. Para começar, a palavra punk não é apenas um substântivo da lingua inglesa que denominado como um vagabundo, sujeito tosco, e por ai vai, pois a palavra “punk” também nomeia uma maneira de pensar e de agir diante uma sociedade.
Meu objetivo principal é um questionamento ético: Punk é um fator ou é uma facção ? Quais as delimitações e as críticas e auto-críticas que podem ser pensadas e realizadas dentro do movimento ? E mais importante... isso é possivel ?
Se pensarmos do modo pessoal, creio que sim. Se pensarmos ainda que o punk é uma posicionamento do indivíduo, mais ainda, pois cabe ao sujeito ser responsável por sua própria realidade. Ou seja, o lema está mais para “Há futuro: Em nossas mãos está nosso destino” da extinta banda anarco-punk Execradores do que o “Não há futuro”, lema dos ingleses dos Sex Pistols. Duas maneiras de ver e conceber as realidades humanas. Cada qual com seu percalço histórico. Não estamos perdidos no supermercado tal qual como Mick Jones canta na música do The Clash que

“Eu estou perdido no supermercado,
Vim aqui pela oferta principal
Personalidade garantida”

Mas tem hora que tem que se escolher. Esteja na prateleira ou não.
Daí que começa essa indagação filosófica de como pensar o movimento punk dentro deste contexto de mão dupla, por onde perpassa uma visão negativa e uma visão positiva deste segmento cultural e musical. E o movimento é muito visado por seu lado negativista.
No que tange a grande mídia, o punk sempre estará no noticiário policial cometendo algum crime ou baderna, a não ser que uma das bandas apadrinhadas por grandes gravadoras lance um disco ou coletânea. Por ser um movimento muito crítico e contrário a sociedade capitalista de consumo, logicamente que os meios de comunicação do sistema não vão falar bem deste ideal de vida. Mas, e quem se importa ? Se os velhos anarquistas do século XIX se preocupassem com o que diziam deles não teriam herdado a terra, de modo bem tímido, se posso dizer assim. Mas isso não quer dizer que deve-se dar munição ao sistema para ser criticado, não é ?
Por um lado, o movimento punk pode ser pensado como um bando de doidos que levam na cabeça o lema radical do “procure e destrua” e sair as ruas querendo destruir tudo à sua frente, sem contar no fator ganguista que acometeu por bom tempo o movimento, sendo apenas uma facção contrária à tudo o que veio do passado recente da cultura moderna ocidental, sejam hippies e rockers mais velhos, além da desesperança que estava atrelada à este raciocínio brigão.
Por outro lado, o punk pode ser um elemento transformador de consciências e atitudes, catalizador de uma energia básica e revolucionária por um desejo de mudança da ordem social estabelecida, um fator de esperança e de realização de algo extraordinário...
Talvez o que dê significação à estas questões seja a escolha, baseada na procura existencial de cada pessoa envolvida com este movimento. O que pode ser um desejo mortífero pode dar lugar à um desejo vital de mudança. Nas palavras de Marky Perry, editor do primeiro fanzine punk inglês chamado Snnifing Glue: (...)É verdade que o punk destruirá, mas não de modo irracional. O que o punk destruir será reconstruido com honestidade.”
Esta destruição não necessita ser física. E eu fico com esta opção...






domingo, 29 de julho de 2012

CÂMBIO NEGRO HC - DOWNLOAD FREE – CD [2 LP´S + 5 BÔNUS INÉDITAS].

A banda Câmbio Negro HC disponibilizou na internet seus discos "Terror nas Ruas" e "O Espelho dos Deuses" para download. Formada em Recife no ano de 1983, o Câmbio Negro HC é um simbolo de resistência da música alternativa, pois nunca deixou seus ideais de lado e sempre batalhou no underground. Em breve abanda será entrevistada para o DECIBÉIS ALTERNATIVOS. Aguarde!!!!
Link Para Download dos Discos:

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Maldita Minoria - "E quem disse que eu Morri ???" -Resenha

Imagine uma banda que foi formada no dia 12 de maio de 2012 e gravou seu primeiro cd no dia 29 de maio deste mesmo ano... Qual o motivo de tanta pressa ?? Será por isso que a duração do cd é de 9 minutos e 20 segundos ?? Ou será por que o Maldita Minoria é uma das bandas mais aclamadas e com o albúm mais esperado dos ultimos tempos, e por isso tiveram a necessidade de gravar este cd tal qual a velocidade do "katrina" ?? Eu fico com a segunda opção... "E quem disse que eu Morri ???" é o nome desse petardo sonoro !! E que petardo... faz tempo que não escuto um cd de hardcore tão rápido e preciso, seja na duração das músicas ou nos temas abordados pelas letras instigantes que são berradas por Nenê Altro, guitarradas por Diego Rocha, marteladas no baixo de Fernando Santoz e arrrebentadas pela bateria de Nino Tenório !! 10 músicas em menos de 10 minutos, com a destreza de quem está no meio da cena hardcore há mais de 20 anos...A primeira música do cd dá nome à banda e é um libelo de uma geração que não se contenta com os males da sociedade capitalista, preferindo ficar à margem do sistema e resistindo com os meios da cultura alternativa... eu me arrisco à dizer que essa é a "punks not dead" deste disco !!! 34 segundos de massa musical bruta e catástrófica... A crítica do Maldita Minoria não fica apenas contra o capitalismo e seus asseclas. As músicas "Menos Punk","Burro Pior", "Marginal de Merda" e "Não, Eu Não quero Tocar No Seu Festival fodão Nem Fazer Parte de Sua elite Idiota" remetem ao radicalismo imberbe e inodoro do movimento alternativopunkanarcopequenoburgês que assola a cena atual. Letras de sensibilidade poético-punk bem ao estilo de jello Biafra, que nos anos 80 escreveu "Nazi Punks Fuck Off" e tem tema bem semelhante à "Marginal de Merda". A crítica contra a religião, clássica no meio punk e ainda alinhada ao discurso de Piotr Kropotkin está presente em "777 Picas No seu Cú" enquanto as canções anti-consumo "Consuma até Morrer" e "Zumbis Produzem, Zumbis Trabalham" seguem fiéis à cartilha anarquista com backing vocals de Nicolle Terrorzinho, esposa de Nenê, na primeira. Ainda em folêgo incrível, "Some da Minha Vida" tem uma pegada de Punk Inglês, tanto no tema quanto na sonoridade Varukeriana(se é que posso dizer desta forma...) e a "Agora Mais Do Que Nunca, Tosco Till Death" leva à cabo a capa belíssima deste trabalho, ou seja, fiel às raízes até o fim, e sem ser radical sem causa... A sonoridade do Maldita Minoria evoca os bons e velhos tempos do hardcore rápido e sem firulas dos anos 80. Ouço ecos de D.R.I., Ratos de Porão da fase "Descanse em Paz", Lobotomia, Nuclear Assault, S.O.D. e por aí vai... Mas falar destas bandas é pouco pra relatar a experiência de ouvir o cd do maldita Minoria, que tem sua sonoridade própria, rasgada e barulhenta !! Recomendo !! Escute sem moderação !!! PS. Ser você ouvir "E quem disse que eu Morri ???" no ultimo volume vai ter uma bela discussão com os vizinhos, pode ter certeza !!!! PS 2.Para comprar o cd, escreva pra esposa do Nenê, Nicolle Terrorzinho e garanta já seu petardo !! São R$ 15,00 junto com correio, e se voce for rápido no gatilho, ainda fatura um número do PEST ZINE do Nenê um esclusivo Botton da Banda. O e mail de contato é terrorzinho.wordpress@gmail.com

domingo, 17 de junho de 2012

MALDITA MINORIA


Maldita Minoria é o mais novo petardo do Hardcore/punk nacional !! Seus integrantes vieram de bandas como Personal Choice, MACE E Jello Viagra e fazem um Hardcore pesado e barulhento como todo bom som deve ser. Nenê altro, vocalista da banda está divulgando o cd da banda que já esta na fábrica, sendo nesta primeira leva 200 cópias. Portanto, se voce quiser reservar o seu, escreva pra esposa do Nenê, Nicolle, e garanta já seu petardo !! São R$ 15,00 junto com correio, e se voce for rápido no gatilho, ainda fatura um número do PEST ZINE do Nenê um esclusivo Botton da Banda. O e mail de contato é terrorzinho.wordpress@gmail.com Confira neste vídeo a barulheira do Maldita Minoria !!!!


domingo, 20 de maio de 2012

JOEY IS A PUNK ROCKER !!!!!!

Se Joey Ramone estivesse vivo, completaria hoje 61 anos de vida. Um dos ícones máximos do punk rock norte-americano, é inegável sua importancia neste estilo musical, além de ter influenciado milhares de caras e minas pelo mundo afora à gostar de rock barulhento, usar jaqueta de couro surrada e tenis all star mais surrado ainda... E eu sou um destes caras!! Jefrey Hyman nasceu no dia 20 de maio de 1951 em um bairro chamado Queens em Nova York. Lugar barra pesada, cheio de gangues e de confusão, dizem por aí as más línguas. Mas também, o Queens é um celeiro do punk americano, aglutinando tanto o movimento punk quanto straight edge dos anos 80 do século XX. Joey era um sujeito aficcionado por Rock And Roll clássico, Surf Music e Glam Rock. O primeiro estilo esta mais ligado ao som de Elvis Presley, Beatles e Rolling Stones, grandes influências para ele.O segundo tem seu lugar os Beach Boys e Jan e Dean, e serei enfático: É a maior influência do som dos Ramones. Embora a surf music seja “praieira” e os petardos ramônicos urbanos demais, não dá pra não perceber os toques deste estilo. Terceiro, e não menos importante, o Glam Rock de Tiranossaurus Rex colocou Joey no mundo do rock, pois o músico sempre declarou ser muito influenciado por Marc Bolan, vocalista e guitarista do T. Rex. Joey fundou os Ramones juntamente com Johnny Ramone, Dee Dee Ramone e Tommy Ramones, todos rebatizados com o pseudônimo que Paul MacCartey utilizava quando se hospedava em algum hotel, para não ser pertubado pelas milhares de fãs que o perseguiam. Este fato gera controvérsias, mas em algmas entrevistas, inclusive televisivas, Joey afirmou ser este mesmo a origem do nome da banda.Anos depois, Marky, Richie e C.J. Ward fariam parte desta família Ramone... como próximos músicos, depois da formação original. Os Ramones são consideradas a primeira das bandas punks, e isso também gera controvérsias, mas se punk rock é música básica e barulhenta, letras despretensiosas e simples, retratando o cotidiano urbano, não há nada mais punk que isso.
Sinceramente, não sei o que seria do punk se esse cara não tivesse sido quem foi. O estilo é inconfundível, seja comportamental ou musical, e Joey deixou sua marca na história da música contemporânea. Como escrevi antes, ele cunhou a tipologia da vestimenta punk, das jaquetas de couro, calça jeans rasgada e tenis velho. Junte isso ao cabelão que ele cultivou por muito tempo, e já dá pra se ter uma ideia do visual ramone. Ah, sem esquecer o cabelinho de tijela de Jonnhy e Dee Dee, mas iss é outra história... Mas não é só na moda que Joey fez a história do punk. Seu jeito de cantar, parado em frente ao palco, levantando a mão, enquanto os outros três Ramones detonavam os três acordes virou a marca registrada da banda. Aliado à isso, não podemos esquecer que músicas como “Beat On The Brat”, I Wanna Be Your Boyfriend”,” The KKK Took my Babe Away”, “Ignorance Is Bliss”, “Censorship”, só pra citar algumas dentro do vasto repertório ramônico, foram escritas por Joey. Suas letras, alías, são o grande diferencial e outras bandas, pois há muito de cultura trash, humor, política e temáticas puramente adolescentes. Aliás, creio que Joey sentia-se mesmo como um moleque, mesmo depois dos 40 anos... De certa forma, ao ouvir suas músicas, somos transportados para esse mundo de Joey, onde circulam rocks singelos dos anos 50, revistas em quadrinhos, filmes B, psicodelia dos anos 60 e um aguçado senso político, embora ele não fosse tão engajado quanto Jello Biafra dos Dead Kennedys, não era menos crítico da sociedade e de suas mazelas. Joey lutou por quatro anos contra um cancer linfático, e faleceu no dia 15 de abril de 2001. Entre as personalidades que prestaram suas condolências estavam Deborah Harry, vocalista da banda Blondie; e Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. Em 2003, as ruas 2nd e Bowery passaram a se chamar “Joey Ramone Street” em homenagem ao músico. Roger Miret, lendário vocalista da banda Agnostic Front, prestou sua homenagem aos Ramones na música de mesmo nome em seu Projeto solo “Roger Miret and the Disasters. Lemmy Kilmister, do Motorhead, já havia composto música semelhante no ano de 1991, no albúm intitulado "1916". Para mim, Joey Ramone foi mais do que um vocalista de banda. Foi, e ainda é, uma das minhas maiores influencias, e ainda me recordo da primeira vez que ouvi os ramones, em um dia ensolarado de setembro de 1992, quando comprei o LP “Mondo Bizarro” e ouvi pela primeira vez a banda. A partir dalí, surgiu um vórtice, uma espécie de buraco negro, que me tirou do marasmo adolescente e me jogou no movimento punk, do qual eu participaria efetivamente durante anos de minha vida. As canções dos Ramones, com tres acordes e muita barulheira,me fizeram companhia nesta fase tão estranha e absurda da adolescencia... mas de maneira intensa, cheia de energia e de garra de viver!!! Como os três acordes devem ser...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

A GAROTA QUE ODIAVA O SISTEMA: UMA ANÁLISE DE LISBETH SALANDER SOB A ÓTICA HARDCORE PUNK
Imagine uma garota pequena, de 1.50m, andando pelas ruas da cidade vestida de preto,com piercings adornando o rosto, maquiagem pesada e olhar embrutecido. Ela caminha pelas ruas como se ao redor dela nada existisse, e se existe, ela tem uma atitude “Tô pouco me lixando” para o que quer que seja. Não, você não esta em Londres no ano de 1977. Também não esta na Finlândia em 1982 em um show do KAAOS. Tampouco está em São Paulo nos anos 80. você provalvelmente esta e casa lendo estas palavras e a garota em questão esta dentro de um livro. Se você não sabe, o nome dela é Lisbeth Salander. Ela é fruto da imaginação de Steg larson, criador da série Millenium, que além de livro também virou filme. Mas não quero me ater à crítica literária, pois eu mesmo não li o livro. Mas vi o filme. Também não quero me ater à crítica cinematográfica. Na verdade, estou intrigado com o impacto de Lisbeth em minha percepção cultural desde que vi o segundo filme da série, “A Menina que Brincava com Fogo”. De repente, a figura pequena e frágil de Lisbeth me retoma aos anos clássicos que vivi na União Libertária de Minas Gerais, uma seccional do movimento anarquista mineiro que participei nos anos de 1992. De repente, vi que naquela figura puramente estética e singular, havia o germe daquilo que naqueles anos eu conheceria como Movimento Punk. Ou melhor, Anarco-Punk. Roupa preta, Correntes, cara de poucos amigos, música barulhenta e rápida, braceletes e por aí vai. Estética. Coisa que na época eu não admitira nunca. Era um protesto visual. Um protesto contra o sistema estabelecido. Eu e muitos amigos, alguns de longa data, outros nem tanto, éramos adeptos deste ideal. De certa forma, ainda sou. Mas mudou algo crucial. A estética. Mas isso não vem ao caso. A questão é que Lisbeth Salander também odeia o sistema. E além de odiá-lo, luta contra ele. Em 1994 haviam fanzines e panfletos xerocados e distribuídos nas ruas de qualquer cidade ou show de punk rock. Hoje, a internet se faz muito mais presente. Lisbeth é uma hacker, faz seu “modo protestandi” pelas teclas. Ela não parece mais acreditar nas instituições de nosso malfadado sistema capitalista. Mas talvez ela não tenha utopias. Seu movimento me parece mais pessoal, individual, assertivo. Que se encontra com outras pessoas, pois todos somos coletivizados, embora nem sempre o coletivo funcione. Lisbeth é uma punk rocker do século XXI. Creio que em seu ipod ela deva ouvir Atari Teenage Riot e Ministry. Também escuta The Eploited, pois não deixei de perceber uma cena em que ela esta com a camiseta de “beat the bastards” dos escoceses. Beat the Bastards. Arrebente os bastardos. Nada mais punk que isso, não ? Mas retornando à Lisbeth, há algo a mais em sua atitude. Ela não pensa em mudar o mundo. Os punks de antigamente e de hoje querem mudar o mundo. Lisbeth quer viver sua vida. Quer justiça pelas atrocidades que viveu. Quer ser ela mesma. Johnny Rotten dos Sex Pistols já urrava em 1977 na música “I wanna be Me!!”. Eu quero ser eu!! Este é o dilema de Lisbeth. Um dilema shakeaspeareano de ser ou não ser, em um mundo tão globalizado caoticamente que existir em essência hoje é muito difícil. Mas não impossível. E aqui esta Lisbeth. Ela que viver sua vida, onde cada dia mais a vida parece esvair de sentido. Desta forma, creio que Lisbeth resiste. Aqui esta outro dilema, um tanto quanto existencialista. Mas não dá pra escapar da vida , não é mesmo ? O que me encanta em Lisbeth Salander é sua resistência. Seja na era digital, seja no início do século XXI,na era das máquinas, desta matrix nossa de cada dia,seja lá o que for, Lisbeth resiste. Resiste por ser humana e por ser mulher. Resiste por que resistir já é lutar o bastante, quiçá vencer a batalha. Quanto a guerra... tanto Lisbeth como nós mesmos travamos ela todos os dias, não ? Penso que quando a vida imita a arte, surgem personagens como Lisbeth Salander. Pode-se compará-la com outras heroínas, mas jamais iguala-lá. Nela vejo um pouco de Emma Goodman e um pouco de Maria Lacerda de Moura. Um pouco de Frida Khalo e um pouco de Evey Hammond. E mesmo sendo uma personagem fictícia, fruto da imaginação de um autor que viveu no outro lado do mundo, parece-me real. Demasiadamente. E ela está dentro de mim de alguma forma. Como também está dentro de você.

domingo, 15 de abril de 2012

True Spirit Records !!

O selo True Spirit é de propriedade de meu amigo Paulo Sujão, camarada da cena hardcore straight edge que esta divulgando bandas da America do Sul como Nada Queda e It´s Now e da Inglaterra como Currahee. Para o ano de 2012, Paulo está preparando mais surpresas... aguardem !!