Há algo na música
rápida que altera minhas emoções... mas será que saberei explicar ?? O poeta
Fernando Pessoa disse certa vez que é necessário esperar passar o tempo da emoção
para escrever o poema... Já passam vinte anos que eu escuto (e que compus) a música
rápida, sendo assim creio que está na hora de homenageá-la.
A aceleração
das moléculas de meu corpo quando escuto os três acordes não explicariam com
certeza científica o que a musica rápida faz comigo... Meu pensamento se torna
mais aguçado, minha vontade de mudar a vida ao meu redor se torna mais latente,
meus passos ficam bem mais firmes... Isso me lembra a frase de Bakunin que “a
liberdade do outro estende a minha ao infinito”, pois então, as possibilidades
da música me libertam, qualquer que seja a música, porém que seja rápida !!!
Estou falando
do hardcore/punk... Três acordes ultra-acelerados que cadenciam a voz que entoa
uma canção de batalha ao molde dos velhos “cancioneros anarquistas” da guerra
civil espanhola, mas aludindo à vários temas... Estas canções levam em sí um
sentimento de encorajar a revolução nossa de cada dia, de uma comunidade que se
faça pelos próprios interessados, e que ressoe como um trovão na noite...
A eloqüência
da música rápida reside em suas nuances... Posso chamar de catarse, posso
chamar de transpiração, posso chamar de inspiração... Há algo de maravilhoso e
belo neste tipo de canção, derivando da cacofonia às melodias que são extraídas
dos refrões fortes e concisos do hardcore... E não apenas minha massa corpórea,
sanguínea e/ou cerebral se movimenta com suas vibrações sonoras, mas também meu
coração e minha alma, transbordando em uma significação espiritual...
tornando-se a elegia para aquilo que chamamos de revolução cultural...
Revolucionai-vos,
então!!!!
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