segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Lou Reed: 1942-2013

Lou Reed se foi... A notícia chegou para mim na Folha de São Paulo que ilustrou a morte do músico em manchete de capa. Primeiro, achei inacreditável. Depois, continuei a achar inacreditável. Pareceu-me irreal... Mas era real até demais.

Lou Reed foi um verdadeiro outsider do rock and roll, um existencialista, um performer, um rocker nato (na medida da rebeldia e transgressão e não na banalidade do rockstar tosco). De seus tempos de Velvet Underground, banda seminal que criou o rock alternativo (e milhares de bandas copiariam sua estética/temática desde os tempos imemoriais,ou podemos dizer,desde os anos 80), até sua carreira solo; Reed sempre esteve na contra-mão do comércio insosso que tomou grande parte do estilo musical que faz moleques e coroas agitarem pelo mundo afora – o rock and roll – e escreveu sobre a vida em seu sentido mais fatídico: a barra pesada das ruas, as drogas, o submundo, os desiludidos, os perdidos, aqueles que nem mais voz tinham... Não serei ingênuo de escrever que Reed queria ser a “voz dos sem voz”, mas ele “pintou” um retrato destas  pessoas em suas músicas. Arrisco a dizer que ele era o Rimboud do rock, sem exageros ou eufemismos... Rude, verídico e virulento na medida certa, este senhor que faleceu no dia 27 de outubro aos 71 anos fará falta ao mundo do rock and roll. A honestidade e a crueza das suas músicas (anti)pop que destilam vivências humanas e febris estarão gravadas nos corações, almas e mentes de gerações, além dos discos que ele deixou. Mas faltará algo... a presença física, e quanto a isso não há o que fazer. Talvez ouvir a música e sentir a presença. Talvez isso baste. Talvez.
Por Vitor Reis



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