quarta-feira, 19 de junho de 2013

A PÁTRIA QUEIMA AS CHUTEIRAS: PEQUENA ELEGIA PARA UMA REVOLUÇÃO.


O Brasil sempre foi considerado como o país do futebol...  suas conquistas mundiais surgiram à partir dos anos 50 do século XX  com “advento” das cinco copas conquistadas em que o país ficou conhecido como “a pátria de chuteiras”, na frase de Nelson Rodrigues. Jornalistas, locutores, esportistas de todos os países sempre enaltecem a alegria deste país ser um pentacampeão de futebol.
Porém, onde está a felicidade de levantar a taça que não está nas mesas, nos rostos, nos sorrisos... Com certeza não esta está nas escolas onde professores trabalham por salários absurdamente baixos, nem nos hospitais sucateados pelo hipocrátes neoliberal, muito menos na eterna indústria que da sêca que seca vidas e sonhos pelo nordeste afora... Não está no rosto do pai de família que sustenta sua casa com salário mínimo, nem no olhar da mãe solteira que cuida de seus filhos à despeito dos olhares preconceituosos daqueles que julgam a condição de estado civil de uma mulher...
Inacreditável ver que um país que levantou a taça cinco vezes não consegue ser campeão em escolaridade, saúde e distribuição de renda... Mas que pode, de maneira indiscriminada, minar seus próprios torcedores desde a mais tenra infância, seja com a miserabilidade em que submete seu povo ou na violência cada vez mais deflagrada contra as criança e os adolescentes, ainda em termos de culpar estes por tal abuso contra seus próprios direitos !! 
A parte de toda essa situação, no dia 17 de junho em Belo Horizonte, é de fazer tremer de indignação o fato de ouvir um oficial da PM dizer em rede nacional que uma manifestação vai até “onde permitem os limites estabelecidos pela FIFA”.  Sinceramente, isso é inadmissível! Desde quando devemos aceitar que um grupelho esportivo diga qual é o nosso limite enquanto cidadãos? Desde quando devemos nos submeter aos caprichos de uma copa, que não é assistida peça maioria de seus torcedores? Desde quando devemos acatar(esta é a palavra, acatar, ou seja aceitar sem questionar ou parlamentar) que seja gasto de cofres públicos R$ 28 bilhões da copa do mundo até agora? E as necessidades realmente “públicas” como citei acima, de saúde, educação, moradia, alimentação...


Eu diria que esta na hora de radicalizar, ou seja, da pátria queimar as chuteiras !! Boicotar as duas copas e as olimpíadas, fazer com que sua voz seja ouvida, ou pelo menos que a FIFA não ganhe um centavo de um cidadão deste país com seu espetáculo financiado ás custas das pessoas que não tem o direito de ir ver um jogo destes,até por que a renda destas pessoas não permite isso. I
Ironizando os manifestantes, o presidente da FIFA Joseph Blatter declarou que "o futebol é mais importante que a insatisfação do povo". Comentário que chega á ser no mínimo ridículo e desrespeitoso e que deveria se retratado pelo senhor em questão.Ademais, chega á ser lamentável que dois ex-representantes da “seleção canarinho” desprezarem a marcha das ruas em prol do espetáculo insosso desta copa das confederações. Ronaldo “Fenômeno” diz que não sfaz estádio com hospitais e Pelé pede que se esqueçam das manifestações para apoiar a seleção brasileira...Seria cômico para nãos ser trágico... A fala retórica e rebuscada dos dois “baluartes” do esporte se nivela ao discurso mais medíocre da atualidade, tal qual o de Blatter. Mas sabemos o que este discurso significa.  atrelamento ao capitalismo em detrimento aos direitos sociais.
Ao contrário do que Pelé pediu a população, as manifestações estão aumentando e chegando às pequenas cidades e sendo abraçadas pelas mais diversas pessoas... Os gritos de indignação ecoam, os mais variados grupos se unem, de modo apartidário e inclusivo, na busca por soluções que possa transformar estes tempos... Isso nos inflama o peito e nos faz sair ás ruas... Que se queimem as chuteiras e que se destrone o Rei... os tempos são outros e a hora é da revolução !!!

Joseph Blatter - presidente da FIFA

PARA CONHECIMENTO DE CAUSA:




domingo, 16 de junho de 2013

HÁ ALGO DE DIFERENTE NO REINO DA BRASILÂNDIA: MOVIMENTO PASSE LIVRE E AS MANIFESTAÇÕES DE RUA NO PAÍS.

Quem se deparou em frente à T.V. nos últimos dias presenciou no noticiário midiático algo que pode ser considerado como o despertar de um longo sono letárgico e entrópico, tal qual poderia ser roteirizado para um filme de pretensões histórico sociais. Mas não se trata de filme, não se trata de pretensão, nem de estória hollywoodiana... Se trata de manifestações ocorridas pelo Movimento Passe Livre em São Paulo que se estenderam  para o Rio de Janeiro, Porto Alegre, Paraná, Brasília e até nossa pacata e bucólica Minas Gerais entrou na dança: Belo Horizonte se manifestou também. Ente os manifestantes, estão: estudantes, anarquistas,  punks, blogueiros, integrantes da Anonymous Brasil, partidos de esquerda e trabalhadores.
O Movimento Passe Livre questiona o aumento da tarifa para R$ 3,20 no valor do Transporte público da cidade de São Paulo, porém vai muito além disso,pois suas premissas estão no fato de que o transporte deve ser gratuito, de qualidade e acessível á todos os cidadãos. E não é só em S.P. que o transporte público não vai bem, como outras questões também não vão nada bem: Saúde, Educação, Cultura, Esporte(nada de copa das confederações ou do mundo e olimpíada; falo do incentivo ao esporte para a população mesmo), Segurança... Você deve ter notado que coloquei todas estas palavras com letra maiúscula... Isso por que creio que isso seja tão importante e necessário quanto um nome de uma pessoa. São estas palavras que tornam a vida ser possível, além de outras como Amor e Revolução. Me propus à escrever este texto por que fique intrigado com as manifestações... E intrigado não que dizer que desaprovo,muito pelo contrário. Não há nada mais legítimo para o exercício da cidadania do que a manifestação livre de idéias e de concepções, de protesto e de diálogo. Mas como dialogar com o Estado? Como dialogar com o poder estabelecido ? Há diálogo ou há apenas uma voz que ressoa sem ser escutada?



As manifestações estão sendo reprimidas de forma violentamente desnecessária. Deve ser o medo da união popular e da conscientização da população em relação ao que está estabelecido pelos governos e que, uma vez decididos por estes, nada pode-se mudar. Nada mais errático do que achar que democracia consiste nisso. E obre isso, estes artífices a polis são bons em lubridiar. Também deve ser o despreparo de não saber ouvir, de fazer vale apenas o protocolo e o regulamento, dispensando a conversa que pode ser dada entre homens e mulheres de bem. Por que o bem não está apenas em aceitar calado a violência e o acinte... O bem está em dizer não seja de forma delicada ou com um grito de raiva.
A opinião pública poderia estar contrárias aos manifestantes, utilizando como voz a voz da mídia capitalista, de que não passa de um “bando de vândalos, de burguesinhos, de pessoas que não usam o transporte público”... Poderia ser pior em sua fala, vociferando a voz sem voz daquela que ainda permanece como sua corda vocal mais afiada: a mídia. Porém, as manifestações que surgiram desde o início da semana passada tiveram apoio de certa parte da população,que aumentou ao passo de que a polícia atentou contra estes manifestantes de modo cruel e violento, atacando também repórteres, pessoas que não estavam na manifestação, transeuntes,idosos e até grávidas. O advento tecnológico faz com que smatphones, câmeras digitais e as redes sociais transmitam o que acontece no olho do furacão. Não há como dizer que o que aconteceu foi por culpa de uma pedra que um sujeito mais alterado jogou na polícia. Agora, o fato é contado de modo diferente, e temos outra visão alem da viseira de cavalo que tentam nos manipular.


Assim, as lutas do Passe Livre se unem à Luta por melhorias de condições de vida da maioria da população brasileira. Se une ao grito contra os gastos mais que absurdos da copa das confederações, da copa do mundo e das olimpíadas. Se une ao grito de um povo que está cansado das mesmas retóricas políticas e patronais do discurso neoliberal e fascista das grandes corporações. Se une à um desejo de viver melhor. De ter em casa o Pão e na vida a Liberdade. De novo palavras com letra maiúscula. De novo, tão importantes quanto um nome de uma pessoa.
Creio que a vida possa mudar,pois ela é bela e forte ao seu modo, e os tempos estáticos nunca trazem felicidade. Creio que a marcha de um povo nunca é desvalida de propósito. Ao contrário, desvalidos são aqueles que sequer querem entender o outro em seus anseios e angústias, em seus medos e fraquezas.  No momento oportuno, e com as relações mais oportunas ainda, dirão se será necessária a flor ou a pólvora. Espero que seja sempre pela primeira. È mais bela, perfumada e traz beleza. Mas não nos esqueçamos: Uma flor dura poucos dias, e a mudança que ela nos traz deve durar para sempre.

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