domingo, 26 de junho de 2011

PÃO COM DUREX - GRAVAÇÃO DO PRIMEIRO CD DEMO



O dia 24 de fevereiro de 2011 não vai sair fácil da memória de Rafael, Josias, Adrian e Alex, da banda Pão Com Durex. Num sábado calorento típico de nosso verão, estes quatro rapazes de boa esperança registraram em estúdio seu primeiro trabalho, e este editor estava no estúdio bagui para ser testemunha ocular desta estória.
Em praticamente uma hora, o PCD executou seu set de musicas com a rapidez e a honestidade que somente as bandas mais agressivas e peculiares do punk hardcore podem fazer. Ao estilo ramônico das gravações de take one(explico: a banda entra no estúdio e grava de uma vez só e os erros de gravação são consertados posteriormente) o PCD não parou nem um minuto de massacrar seus instrumentos(e meus tímpanos também, hahahaha) convertendo suas canções em hinos de protesto, os quais os fãs do PCD já conhecem dos shows realizados na região do sul de minas.
Foi latente a expressão de alegria destes punk rockers!!! Rafael fica parado com seu contra baixo, milimetricamente executando suas notas. Adrian solta seus berros fazendo que as musicas tenham vida, e Alex toca sua guitarra pulando de um lado para o outro, enquanto Josias parece uma versão punk de animal taylor, antigo baterista do motorhead, e literalmente espanca o kit de bateria. Pobre Pearl !!!!!
Eu mesmo não me contive e em musicas como “falsos revolucionários” e “será que vai ser sempre assim” e comecei a pogar dentro do estúdio (ainda bem que o Bagui não viu isso!!!) tamanha era a energia da banda ao tocar suas músicas. Em um ritmo acelerado, bem ao estilo do hardcore norte-americano(mas que fique bem claro que estes rapazes têm personalidade musical), o Pão Com Durex registrou seu primeiro trabalho em estúdio. A banda tocou alguns covers, mas o que prevaleceu foi “coexistência do caos”, dos brasilienses do D.F.C., nitidamente a maior influência dos punk rockers.
Foi um sábado maneiro, e fui privilegiado ao presenciar a gravação dos caras. Ainda mais que depois da “record sessions” fomos pra casa do Rafael tocar punk rock no violão. Sinceramente, um verdadeiro túnel do tempo pra este punk rocker trintão !!!




P.C.D. no estúdio com o editor do blog DECIBÉIS ALTERNATIVOS:




Quer ouvir essa barulheira toda ?? Atormentar seu vizinho ?? Meditar sobre os ruídos do P.C.D. ? copie o link e "cole" no seu navegador:

http://www.4shared.com/account/file/p13U5UGM/PCD_.html

sábado, 25 de junho de 2011

QUEM PRECISA DE ROCKSTARS ?????




Primeiramente, gostaria de esclarecer que este texto dará nome aos bois, como poderia de se esperar do título, bem ao modo de um texto com influências punks ou alternativas. Busco aqui, também fazer uma reflexão do tema, e apontar alguns de meus pensamentos sobre este instigante assunto.
O rock and roll sempre foi ligado à grande indústria... Seja ela fonográfica ou cinematográfica, as origens mercadológicas deste estilo musical sempre corroboraram pela mercantilização de uma rebeldia vendável, que fosse atribuída ao sistema de modo cômodo. É claro que o rock and roll surge nos anos 50 do século vinte como um filho mestiço do blues negro e do country branco norte americano, o que por si só já daria uma tese sobre o tema, pois como seria possível conciliar dois gêneros distintos da terra do “bravos colonizadores” de tio Sam ?? Somente a libido e a necessidade evolutiva da boa musica podem explicar, em uma genealogia que considero extraordinária.
O fato de estar ligado à indústria não quer dizer que a rebeldia seja estéril ou sem sentido... Elvis Presley era um aríete no palco, e deu trabalho em suas performances, mas acabou por ficar á mercê se sua lenda e de sues filmes. Os Beatles começaram ingênuos e terminaram por declarar, na figura mítica de John Winston Lennon, que o sonho tinha acabado. E os Rolling Stones... bom, os Rolling Stones não estavam nem aí com nada, a não ser que ganhassem dinheiro. E mulheres. E outras coisas mais. E pronto. Em poucas linhas acabam cinqüenta anos de história de um estilo que fez barulho ?? Creio que não....
Mesmo que o rock and roll fosse (e foi) assimilado por uma indústria cultural que apenas pretendesse (e pretende) vender produtos, sempre vai haver um lado B da história... Músicos endiabrados e enlouquecidos como Gene Vincent, Duanne Eddy e grupos como The Troggs vão estar nas garagens da memória e se substancializarão nos moleques da atualidade que sentem vontade de fazer barulho... e na evolução da espécie musical, o mais inventivo vence... os outros, digamos rockstars, ganham dinheiro e fama... que se deixe pra lá...
Taí que o rock alternativo é praticado pelo lado B dessa estória, e nem sempre é bem compreendido, e talvez nem queira... penso que o marco zero disso tudo esta no movimento punk e na sua ânsia por destruir tudo e todos, e acabou por quase destruir à si mesmo, se não fosse o posteriormente o hardcore tomar as rédeas e surgir alternativas como o straight edge punk e a aglutinação da musica de três acordes aos esportes radicais, á política de esquerda radical, ao sentimento de pertencimento á algum lugar no mundo – e é maravilhoso você, aos quinze anos de idade, saber que não é o único á usar tênis velho, calça rasgada e camiseta dos Ramones perambulando pelas ruas da cidade procurando á si mesmo. De repente, surgem amigos na mesma condição, ou seja, aqueles caras que cresceram jogando atari com você estão prestes á montar uma banda. Moleques simples, sem nenhuma pretensão, que apenas querem tocar o bom e velho rock and roll investido de outras cores e outra temática... é necessária uma boa dose de utopia e de descenso comum para recriar isso tudo dentro da musica, e é claro, ouvir as mesmas patetices de quem não entende nada: “São um bando de vagabundos “ , “isso aí é só barulho” , “não vai dar em nada”. E na boa, que não dê em nada mesmo !!!! O sublime esta em gastar poucas horas por um divertimento que te dê algum sentido da púbere existência, e que você vai levar contigo pra vida toda. Eu passei dos trinta e escuto os mesmo discos com a mesma emoção e estes continuam á ser relevantes... É engraçado pensar que as fitas cassetes que eu gravava há uns dezessete anos atrás podem ser aposentadas com o bendito mp3, e por meio da internet, encontrar bandas do outro lado do planeta em poucos minutos de descarga de ficheiros!!! E além disso, poder conversar via net com os próprios autores das musicas!!
A tecnologia esta democratizando o mundo da música, encurtando a distancia do palco e da platéia, fazendo com que pessoas comuns produzam sua arte, seja musical ou poética, e eu me arrisco a dizer que não necessitamos mais de rockstars!!! Pra que toda esse cômoda alienação e tietagem se podemos nós mesmos fazer nossa produção alternativa ?? Tudo a ver com o que feito nos anos 70, naquela linha do tempo em que chamamos de movimento punk e de D.I.Y. ou faça-voce-mesmo... como se dizia por aí, “nada se cria, tudo se copia...” mas um passo para a evolução está na apropriação da cultura pelos próprios envolvidos.
Creio que é saudável, de tempos em tempos, a música se reestruturar de modo diferente e digno, longe dos refrigerantes, das calças justas e da mesmice que é imposta com a moda, seja lá como for que ela venha. Ainda devemos estar no controle daquilo que queremos para nossas vidas. Pode ser um sonho, apenas palavras, dirão alguns. Outros mais radicais ficarão revoltados com este texto, talvez ate me censurem por magoar as prima-donas do rock clássico, mas estes mesmos sabem que é necessário um tumulto para que as coisas fiquem em seus devidos lugares. Se não, gostaria de encontrar a máquina do tempo de Sir H.G. Wells e voltar no espaço tempo para os idos de 1992, precisamente quando escutei Ramones pela primeira vez... hey Ho! Let´s Go!! Naquele dia, descobri que nunca mais iria acreditar em rockstars... Aliás, pra que é que lês servem mesmo ???

P.S. A foto que ilustra o texto é dos Dead Kennedys, em sua formação clássica e em foto hilária. Sempre irreverente, caústica e crítica, tanto com a música comercial quanto ao próprio underground!!!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

LETRA E MÚSICA: Expresso da Escravidão + Poluição Atômica - Ratos de Porão




EXPRESSO DA ESCRAVIDÃO

A degradação tem o seu preço
de trecho em trecho para trabalhar
a liberdade em troca de miséria
mancada seria pode matar
a soma de toda pobreza
desmoraliza o social
mão de obra farta escravizada
direitos humanos é opcional

Refrão:
Quanto custa um homem no expresso da escravidão ? no
Brasil !
escalado pelo tal de gato
explorado pelo fazendeiro
meses, meses, meses de trabalho
enganado e nada de dinheiro
objeto descartável coagido pelo medo
latifúndio escravagista
opressão pelo desespero

Refrão:
Quanto custa um homem no expresso da escravidão ? no
Brasil !
escravidão contemporânea no Brasil !!!

POLUIÇÃO ATOMICA

Sujeira no ar
Não consigo mais respirar
Falta oxigênio
Falta ar puro pra se poder
respirar
NÃO HÁ SOLUÇÃO, NÃO HÁ SOLUÇÃO
PRA ESSA POLUIÇÃO ATÔMICA!
O homem polui o ar
POrque ele não consegue pensar
O ser humano quer se auto destruir
NÃO HÁ SOLUÇAÕ, NÃO HÁ SOLUÇÃO
PRA ESSA POLUIÇÃO ATÔMICA!